sexta-feira, 27 de março de 2009

Partilha pedagógica

As definições legais actuais do estágio pedagógico obrigam a uma maior cumplicidade não só entre os estagiários de um mesmo núcleo mas entre estes e o seu orientador pedagógico.
O facto dos estagiários não terem uma turma mas leccionarem a(s) turma(s) do orientadores, pelas quais o segundo é responsável, convida a uma maior participação do orientador em todas as actividades lectivas do estagiário, não só nas suas aulas mas também no planeamento e preparação das mesmas.
Por outro lado, muitas vezes as turmas são partilhadas por dois ou mais estagiários o que obriga a um trabalho conjunto entre eles de forma a facilitar a sequência lógica das matérias e uniformidade das avaliações.
Os traços legais apontam, assim, para uma intensa partilha pedagógica mas, será que ela existe?
Os estagiários preparam as suas aulas em conjunto?
O orientador intervém nessa preparação?
A avaliação dos alunos é realizada e discutida por todos?
Com certeza que sim em alguns núcleos e de certeza que não em outros?
E porquê?
Há utilidade nessa partilha?
Deverá essa partilha existir ou não?
Deverá essa patilha servir de base ao trabalho de todos os professores ou apenas dos estagiários?
Deixe a sua opinião!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um ano de muito trabalho

O ano de estágio pedagógico para os futuros docentes de 3º ciclo e secundário é, sem dúvida, um ano muito trabalhoso. Independentemente das trabalhos definidos pelas Universidades e pelos orientadores científico e pedagógico, a verdade é que, acima de tudo, é o ano em que se estabelece, na maioria dos casos, o primeiro contacto entre os estagiários e a escola.
São solicitados planos de aula sem que os estagiários saibam, na maioria dos casos, os pré-requisitos adquiridos pelos alunos nos níveis escolares anteriores. São solicitadas preparações de aula sem que os estagiários tenham decifrado os melhores caminhos para transmitir as mensagens que querem transmitir aos seus alunos. São solicitadas actividades extra-curriculares sem que os estagiários conheçam as necessidades da escola em que se encontram e dos respestivos docentes e discentes.
Uma imensidão de trabalhos que, sendo trabalhosos para professores no activo, são muito complicados para os estagiários. Por isso os estagiários sentem que trabalham demasiado.
E você?
Sente hoje que trabalhou demasiado no seu ano de estágio?
Mais do que o necessário?
Mais do que o aceitável?
E quem o ajudou a ultrapassar as maiores dificuldades?
Talvez você também possa agora ajudar os estagiários da sua escola a ultrapassar as suas principais dificuldades...
Para reflectirmos...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Diferentes licenciaturas ... diferentes estágios!

O estágio pedagógico realizado pelos estudantes das licenciaturas em ensino que os habilitam a leccionar no 3º ciclo e ensino secundário são coordenados pelos departamentos responsáveis pelas respectivas licenciaturas. Assim, o departamento de matemática coordena o estágio em ensino da matemática, o departamento de educação física e desporto coordena o estágio em ensino de educação física, os departamentos de física e química coordenam o estágio em ensino da química (que incorpora o ensino da física porque as disciplinas estão anexadas nos ensinos básico e secundário) ... E estes são apenas alguns exemplos. Devido à dispersão de coordenações, a experiência do próprio estágio pedagógico é completamente diferente para os futuros professores das diferentes áreas curriculares. Em algumas, existe uma perfeita coordenação e trabalho conjunto entre a universidade e a escola onde os estagiários leccionam, em outros, o orientador da universidade quase não vai à escola. Em alguns, o orientador científico tem contactos frequentes com os estagiários e os orientadores pedagógicos, em outros, eles só se encontram nas aulas assistidas para avaliação dos segundos pelos primeiros. Em alguns estágios, há uma definição da quantidade e tipo de tarefas a realizar pelos estagiários, em outros, cada núcleo decide por si.
Se estivermos falando de licenciaturas disponibilizadas por uma mesma universidade, como se justifica esta falta de uniformidade? E como se pode colmatá-la? Formando uma comissão transversal? Fomentando a colaboração dos diferentes coordenadores de estágio? Traçando linhas orientadoras gerais?
Mas ... será desejável essa uniformidade?
Deixo aqui as questões para minha e vossa reflexão.
Bom trabalho a todos!

sábado, 13 de dezembro de 2008

O estatuto de estagiário

Uma das recentes mudanças verificadas a nível dos estágios pedagógicos de 2º/3º ciclos e secundário prende-se com o próprio estatuto do estagiário. Quando eu fiz estágio, ou melhor, quando a maioria de nós, professores no activo, fizemos estágio, éramos professores por inteiro, remunerados e com turmas à nossa responsabilidade. Os estagiários de hoje não são remunerados e nem mesmo são percepcionados como professores com todos os direitos e deveres daí inerentes, pelos seus pares.
Assim, os estagiários (não remunerados) são muitas vezes obrigados a recorrer a outros ofícios para financiar o ano de estágio em que, como sabemos, os gastos são muitos. Ocupados com esses ofícios que lhes permitem a sobrevivência, ficam com menos disponibilidade para os seus trabalhos nas escolas. Passam pouco tempo nas escolas e perdem contactos com colegas e a integração fica comprometida.
Por outro lado, algumas escolas não os aceitam como professores e, devido a lacunas regulamentares, os estagiários são, algumas vezes, impedidos de frequentar reuniões de grupo ou conselhos de turma por não estarem sujeitos ao sigilo profissional. Como podem os estagiários conhecerem os rituais escolares se estes lhes são vedados no ano que deveria ser o de iniciação à actividade profissional?
As turmas, os alunos, não são do estagiário. O estagiário não tem uma aula com os seus alunos sem o orientador que, por ser o responsável pela turma, sente necessidade de acompanhar todos os momentos de forma a garantir as boas aprendizagens dos seus alunos. Assim, como se pode estabelecer uma relação professor-aluno entre os estagiários e os alunos do orientador?
Estas são apenas três pequenas mudanças que a nova regulamentação dos estágios dos professores trouxeram. Não me parecem mudanças positivas para os futuros professores pois, da minha perspectiva, afastam-nos das escolas e deixam-nos num limbo sem serem já alunos da Universidade mas não sendo ainda professores.
Qual a vossa experiência?
Qual a vossa opinião sobre esta realidade que foi alterada, aparentemente, por motivos unicamente economicistas?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bem-vindos ao "estágio pedagógico" !

O início do trabalho de campo da minha dissertação de mestrado na linha da formação de professores levou-me a um profundo processo de reflexão. É esse processo que eu quero partilhar com todos e que estou à espera que realizem também sobre o vosso estágio pedagógico e partilhem connosco.

Eu fiz o meu estágio pedagógico após 4 anos de licenciatura e tendo ao meu cuidado e responsabilidade duas turmas, uma de 9º ano e outra de 10º. Hoje em dia os estágios pedagógicos de 3º ciclo e secundário são diferentes. Os estagiários já não são responsáveis pelas suas turmas pois limitam-se a fazer regências nas turmas dos orientadores num processo mais próximo ao das práticas pedagógicas realizadas pelos professores de 1º ciclo e educadores de infância (mas concentrado na fase final da licenciatura). Brevemente, com a total conversão das licenciaturas no processo de Bolonha, os estágios vão novamente alterar-se.

Neste espaço, espero um conjunto de reflexões sobre experiências passadas mas também anseios, esperanças e receios daqueles que ainda vão iniciar a experiência da prática pedagógica.

Todos são bem-vindos!